Era uma viagem a dois, em comemoração a mais um ano de casados. Lá começaram a surgir os sintomas, que, anos antes, tinham me levado ao diagnóstico de labirintite. “Sem problemas”, pensei. “Assim que chegar em casa inicio o tratamento”. Tontura, náusea e dor de cabeça aumentaram tanto, que tinha certeza que desmaiaria no aeroporto, no retorno para casa. Graças à bondade de Deus, isso não aconteceu.
O tratamento foi iniciado sem nenhum sucesso e a carga de medicamento, aumentada ao máximo permitido. Eram oito comprimidos por dia e nenhuma melhora. Como última medida, fiz uma ressonância de crânio e lá estava ele; um schwannoma vestibular.
Além do nome difícil, esse tumor, apesar de benigno, estava localizado “num lugar terrivelmente infeliz” (palavras dos médicos), pressionando uma das áreas mais nobres do corpo humano: o cérebro.
Foi um choque! Quem espera ouvir que tem um tumor na cabeça? Cheguei de uma das consultas, sentei na cama e chorei. Orei e chorei outro tanto. Eu ainda estava na cama, pensando em como seria (minha família, meus filhos pequenos!), quando o Senhor enviou seu primeiro abraço, através de uma amiga querida, que renovou meu ânimo com palavras que demonstravam que Deus tinha prestado atenção na minha oração de minutos antes. Ele estava mesmo ali! Desde então tenho vivido dos Seus abraços. E são tantos, que não cabem só em mim e precisam ser compartilhados.
Na semana que antecedeu o carnaval, passei por sessões de radiocirurgia. Em todas elas, mesmo sem precisar, Deus deu um jeito de mostrar que estava comigo. Hoje, um dos desafios é lidar com os efeitos colaterais do tratamento. Pensei que seria terrível. Mas, quando a segunda mecha de cabelo caiu, o Espírito Santo me lembrou; “Estou ciente. Todos os fios foram contados por mim. Não se preocupe.” Outra injeção de ânimo! Ele continuava ali, falando comigo! Certamente Ele tem um plano!
Tenho sim esperança de cura, mas não sei onde Deus quer me levar. Por enquanto, Ele tem me mantido num lugar de paz, descanso e, por mais absurdo que pareça, de gratidão. Confio inteiramente no amor de Deus. Ele é Emanuel e não é à toa que me chama de filha. Seja qual for o desfecho, já tenho desfrutado diariamente do milagre possibilitado por Jesus, que é presença do Senhor comigo e em mim. Esse Amor me é suficiente. Essa Graça me basta.
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